22.NOVEMBRO.2021 | VACINAÇÃO
Quem e quando tomar a terceira dose da vacina contra Covid-19?
Após o início da aplicação da terceira dose da vacina contra Covid-19 em idosos e imunossuprimidos, o Brasil começa a expandir a vacinação com dose adicional. O Ministério da Saúde anunciou, no dia 16 de novembro, que todos os brasileiros com mais de 18 anos estão aptos para tomar uma dose de reforço.
Entenda, a seguir, como deve funcionar essa nova etapa da campanha de vacinação contra o coronavírus.
Quem deve tomar a terceira dose da vacina?
No caso dos imunizantes CoronaVac, da Pfizer e da AstraZeneca, a aplicação da vacina de reforço será para quem tomou a segunda dose há mais de cinco meses. Ou seja, quem completou o esquema vacinal em outubro de 2021, por exemplo, poderá ir aos postos de saúde para a terceira dose por volta de março de 2022.
Para aqueles que tomaram a vacina da Janssen, que era de dose única, o Ministério indica uma segunda dose com dois meses de intervalo. Cinco meses depois, o indivíduo poderá tomar o reforço.
Por que é necessário aplicar a terceira dose?
Na população com mais de 60 anos, com o passar dos meses, há evidências científicas de que ocorre a queda do número de anticorpos (moléculas produzidas em resposta a vacinação e que atuam na defesa do organismo), tornando esse grupo novamente suscetível a formas graves da Covid-19.
Entre os indivíduos com alteração da imunidade (como transplantados, usuários de medicamentos imunossupressores e pessoas que vivem com HIV), o esquema vacinal padrão não é suficiente para gerar uma resposta imune e, por consequência, proteção similar a de uma pessoa sem tais problemas de saúde, o que justifica a dose adicional.
Para a população com mais de 18 anos e sem comorbidade, a dose de reforço tem dois principais motivos: queda do nível de proteção da vacina ao longo do tempo e o surgimento de variantes, como a Delta.
Isso significa que a vacina é ineficaz?
Não. Desde 17 de janeiro de 2021, início da campanha de imunização contra o SARS-CoV-2 no Brasil, mais de 160 milhões de brasileiros já receberam ao menos uma dose de imunizante anticovid. Os resultados foram surpreendentes:
- seguimos em curva de melhora dos marcadores da pandemia (como óbitos diários e taxa de ocupação em unidade de terapia intensiva);
- apresentamos redução do número de casos novos;
- e retomamos, progressivamente, as atividades comerciais e de turismo.
Ainda não há certeza sobre o percentual de indivíduos na população que devam estar imunizados, completamente, para que ocorra a estabilidade no número de casos.
Entretanto, a Fiocruz acredita ser ideal que, ao menos, 80% da população esteja completamente vacinada para garantir a menor circulação do vírus e, também, a menor chance de aumento do número de casos em cenários de maior risco de transmissão, como o retorno às atividades presenciais e aglomerações.
Corro algum risco ao tomar a terceira dose?
Não. As pessoas que foram recomendadas a tomar a terceira dose de vacina não devem hesitar em complementar o esquema vacinal. O uso de doses adicionais não esteve relacionado a eventos adversos, mantendo excelente perfil de segurança.
Qual imunizante poderei tomar?
De acordo com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, “a preferência é que essa dose adicional seja de uma vacina diferente, que é uma decisão baseada em dados e na evidência científica”, explicou.
A tendência é que a maioria dos adultos receba o produto da Pfizer como terceira dose, porque o imunizante da AstraZeneca foi o mais utilizado como primeira e segunda doses nessa faixa etária, ao longo dos últimos meses.
“No caso de um eventual desabastecimento da vacina da Pfizer, o que não deve acontecer, poderemos utilizar uma outra plataforma vacinal, de preferência de um tipo diferente do que foi usado na vacinação primária”, completou Queiroga.
No caso de quem tomou a vacina da Janssen, é preciso tomar uma segunda dose, que será aplicada dois meses após a primeira. Daí, cinco meses depois, as pessoas terão direito a tomar a terceira dose, preferencialmente de outra vacina.
Em entrevista à CNN, o ministro afirmou que o governo não recomendará o uso da CoronaVac para a terceira dose, embora a vacina seja eficaz, enquanto não houver o registro definitivo concedido pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Quais outros países já aplicam a terceira dose?
Além do Brasil, Alemanha, França e Israel optaram pela aplicação da terceira dose do imunizante contra a Covid-19. Estados Unidos e Chile adotaram medidas semelhantes.
Quais são os benefícios da vacinação?
Já é possível observar um perfil particular de pacientes admitidos nos hospitais devido a infecção pelo SARS-CoV-2: a maioria é composta de indivíduos não imunizados para a doença. Essas pessoas podem apresentar um risco 11 vezes maior de morrer em decorrência da Covid-19, segundo análise feita pelo CDC (Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos).
Benefícios indiretos da vacinação também foram encontrados. Quando uma pessoa vacinada adquire covid, os seus contactantes domiciliares têm uma redução de risco de até 60% em adquirir a doença. Isso significa que indivíduos vacinados são capazes de transmitir menos o vírus, oferecendo proteção adicional às pessoas do seu entorno.
A vacinação é parte de uma ampla estratégia coletiva – em que todos participam – para manter controlados números de casos e óbitos relacionados ao coronavírus. Esta estratégia, em associação a outras medidas de prevenção de doenças respiratórias, como manter ambientes ventilados e o uso de máscaras em locais com aglomeração de pessoas, é fundamental para manter o cenário atual favorável da pandemia.
Fontes e referências: BBC, CNN, Our World in Data, Cosemsgo, CDC, Ministério da Saúde, The New England Journal of Medicine, OMS.
https://segurosinteligentes.com.br/oldrh/_old/como-as-vacinas-funcionam/