SAÚDE DA MULHER | 09.MARÇO.2020

Saúde da mulher brasileira nos planos de saúde

As questões de gênero devem ser determinantes na formulação de políticas assistenciais e, além disso, a população feminina requer programas de prevenção e cuidados específicos de saúde. A atenção ao pré-natal e ao parto, o planejamento familiar e a prevenção ao câncer de mama e ao câncer do colo do útero são apenas algumas das demandas e necessidades desse grupo particular.

O Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) analisou alguns procedimentos realizados pelas beneficiárias dos planos de saúde no Brasil, entre os anos de 2013 a 2018. Em 2018, 53% do total de brasileiros com plano de saúde eram mulheres, a maioria em contratos coletivos empresariais – fornecidos pelas empresas aos colaboradores. Acompanhe, abaixo, algumas observações do estudo.

Câncer de mama

O número de mamografias entre as beneficiárias de planos de saúde aumentou de 2013 a 2018. Segundo o estudo, o total de exames desse tipo teve alta de 5,1% e avançou de 4,8 milhões para 5 milhões.

A procura pelo procedimento cresceu justamente pelo grupo prioritário definido pelo Ministério da Saúde, as mulheres com idade entre 50 e 69 anos. Para elas, o total de mamografias na saúde privada subiu 7,3%.

No Brasil, o câncer de mama é a primeira causa de morte por câncer na população feminina (Inca, 2019). A mamografia é uma das principais recomendações do ministério para rastrear a doença e ajudar no diagnóstico.

Câncer de colo de útero

Enquanto o total de internações relacionadas ao câncer de mama na saúde privada avançou 19,7% entre 2013 e 2018, o número de internações por câncer do colo do útero diminuiu 2,3%, passando de 12,3 mil para 12,1 mil. A doença é a quarta causa de morte de mulheres por câncer no país.

Entretanto, a procura pelo exame diagnóstico preventivo de câncer do colo do útero, o Papanicolau, reduziu 6,8% no período analisado. De acordo com a superintendência executiva do IESS, é preciso avaliar se houve um recuo da incidência da doença ou se os casos estão sendo subdiagnosticados e sem investigação.

Evolução do percentual de exames de Papanicolau. Fonte: IESS

Partos na saúde privada

O total de partos tem diminuído desde 2016. A proporção de cesarianas também, mas elas ainda correspondem a 84% dos partos entre todas as operadoras de saúde. Em 2018, foram 425,9 mil cesarianas diante de 82,9 mil partos normais.

O Brasil é o segundo país com a maior taxa de partos cesáreos no mundo (55,6%). A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que essa taxa não ultrapasse 15%, ou seja, temos um longo caminho a percorrer.

Proporção de parto normal e parto cesáreo por modalidade. Fonte: IESS

Métodos contraceptivos

A redução dos partos na rede privada pode estar relacionada ao aumento expressivo dos implantes de dispositivo intrauterino (DIU). Eles mais do que quadruplicaram no período analisado e foram de 40,2 mil para 167,7 mil procedimentos. Também houve avanço no total de laqueaduras, de 13 mil para 15,7 mil.

Evolução do número de terapias para implante de dispositivo intrauterino. Fonte: IESS

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