GESTÃO DE BENEFÍCIOS | 16.DEZEMBRO.2019
Diante do desafio do excesso de procedimentos médicos caros, somado à expectativa de vida mais alta dos brasileiros, entre diversos outros fatores, o custo com planos de saúde corporativos cresce, há quase duas décadas, num ritmo três vezes maior do que o índice de inflação.
Figurando como uma das principais afetadas pelo impacto financeiro do sistema como um todo, as empresas têm, cada vez mais, buscado alternativas para controlar despesas e continuar oferecendo esse benefício tão importante e valorizado aos colaboradores. Para ajudá-las nesta missão, listamos aqui 4 maneiras de reduzir os custos com planos de saúde na sua empresa em 2020.
O que é sinistralidade do plano de saúde empresarial?
Antes de explicar como é possível conter os gastos com assistência médica, é preciso entender o que é a sinistralidade do plano de saúde empresarial e como ela afeta seu custo.
Cada vez que um usuário utiliza o benefício para fazer uma consulta, um exame ou qualquer outro procedimento é qualificado como sinistro. Em contratos de pré-pagamento, aqueles em que a empresa transfere o risco do negócio à uma operadora ou seguradora, a relação entre o volume de sinistros e o valor anual pago pela empresa à operadora (prêmio) é o que chamamos de sinistralidade.
Se essa taxa ultrapassar o percentual estipulado em contrato (breakeven), o plano de saúde poderá sofrer reajustes técnicos, que somados aos reajustes financeiros, representam, na maioria das vezes, índices acima do previsto, comprometendo o orçamento da companhia e a sustentabilidade do benefício.
Por esta razão, manter o equilíbrio da sinistralidade é um dos principais fatores para a continuidade e manutenção da qualidade do benefício.
Como reduzir os custos com planos de saúde nas empresas
1. Prevenção faz bem para a saúde e para as contas
Um levantamento feito Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) mostrou que usuários dos planos de saúde apresentam mais fatores de risco, como maus hábitos alimentares e baixa frequência de exercícios físicos, do que os não beneficiários.
Esse cenário é preocupante porque pode aumentar a incidência de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como diabetes, doenças cardiovasculares e osteo musculares, entre outras – patologias que demandam mais procedimentos e cuidados, sobrecarregando os custos. Neste contexto, é fundamental que as empresas estimulem o acompanhamento médico e a mudança de hábitos.
A estruturação de programas internos de promoção de saúde e bem-estar é crucial e pode oferecer uma série de iniciativas simples e eficientes para o seu negócio, tendo como exemplo a atenção primária à saúde, o incentivo para a prática de atividade física, o apoio a grupos de risco, campanhas, palestras e ações diversas de qualidade de vida.
2. Negocie com a operadora de forma inteligente
Muitas vezes, parece que a gestão do benefício se resume a fazer cotações, contratar e renovar. O departamento de Recursos Humanos, naturalmente, é pressionado a encontrar opções mais econômicas, o que nem sempre é tão simples. Assim, reduzir o benefício ou aumentar a participação financeira do colaborador no custeio do benefício parecem ser a única saída.
Essas medidas costumam trazer resultados imediatos, mas nem sempre solucionam o problema a longo prazo. Muito pelo contrário, quando malfeitas, desencadeiam um cenário financeiro ainda pior, além de provocar insatisfação e desmotivação.
Mais do que obter bons resultados na negociação, um trabalho bem conduzido pela consultoria consiste em apresentar cenários e projeções de curto, médio e longo prazos, bem como estabelecer e priorizar ações que, de fato, atenuarão os riscos e trarão conforto em negociações futuras.
Além do viés comercial, inerente em qualquer negociação, a fundamentação técnica é vital para uma leitura correta da situação e para que, assim, o número final não resulte em grandes sacrifícios para a empresa e os colaboradores.
3. Eduque os colaboradores quanto ao bom uso do benefício
Um dos principais motivos para o aumento da sinistralidade é o uso inadequado do plano de saúde. No Brasil é comum a busca por médicos especialistas, antes mesmo de qualquer diagnóstico de um profissional generalista, o que acarreta em utilizações desnecessárias. Também é comum a utilização do pronto-socorro em situações que não são de emergência, encarecendo substancialmente o benefício.
Há, ainda, um alto índice de pacientes que fazem diversos exames e se quer retiram o resultado ou voltam ao médico para dar continuidade ao tratamento. Além do custo e desperdício, essa prática coloca a saúde em risco.
Para controlar essas situações é fundamental investir em campanhas internas, manuais, vídeos e outros materiais que irão informar e orientar os colaboradores sobre como fazer o uso consciente do plano de saúde.
Mais do que conscientizar a população, é preciso sensibilizar o usuário quanto a importância de uma utilização correta, sob pena de mudanças drásticas na qualidade do benefício.
4. Reavalie a cultura da empresa para uma ação coerente
Produzimos conteúdo, criamos ações e estruturamos programas internos com o intuito de promover qualidade de vida, mas, muitas vezes, a própria empresa é fonte de estresse e descaso com a saúde física, emocional e mental dos colaboradores.
A coerência entre o discurso e a prática é difícil e trabalhosa, mas é o único caminho possível. Quando falamos sobre hábitos saudáveis e prevenção, por exemplo, são medidas que exigem uma mudança comportamental do colaborador e, também, dos gestores. Por isso, as políticas e a cultura organizacional devem estar alinhadas com a estratégia de Gestão da Saúde, dando condições para que seus funcionários possam ser mais saudáveis.
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