GESTÃO DE PESSOAS | 07.NOVEMBRO.2019

Líderes do futuro: a importância das soft skills

A revolução digital transformou as relações humanas em todos os ambientes, inclusive nas empresas. Entre as novas habilidades dos líderes do futuro estão boa comunicação, inteligência emocional e colaboração, peças fundamentais para construir bons relacionamentos.

As expectativas dos colaboradores também mudaram. As novas gerações prezam pela diversidade, transparência e inclusão. Já não veem sentido numa história única, mas, sim, em pontos de vista distintos.

Neste contexto, cresceu a procura por profissionais com habilidades emocionais e sociais, as soft skills. Estas competências agem sobre a personalidade, o comportamento e também nos dão uma vantagem sobre os robôs.

Empatia: uma capacidade que não será automatizada

A Indústria 4.0 ampliou o debate sobre a automação de tarefas e flexibilidade do trabalho. As funções com maior probabilidade de serem automatizadas são rotineiras e repetitivas, como o diagnóstico de doenças, que hoje pode ser realizado por máquinas.

Mas, e quanto a quem irá discutir as opções de tratamento com a família? É pouco provável que isso seja automatizado. A empatia, capacidade de se colocar no lugar do outro, compreendendo seus sentimentos e perspectivas, possibilita: a comunicação eficaz, o pensamento crítico, a criatividade, a inteligência emocional, a colaboração e a adaptação.

Essas já são, inclusive, algumas das habilidades indispensáveis para as organizações em 2020, segundo o Fórum Econômico Mundial.

Inteligência emocional: o elemento-chave para relações saudáveis

Inteligência emocional é relativo à capacidade de reconhecer, controlar e expressar as emoções. Pessoas com baixa compreensão sobre seus próprios sentimentos tendem a se comunicar de forma passivo-agressiva, contribuindo para um ambiente estressante e de pouca colaboração.

No livro “Comunicação Não-Violenta”, o psicólogo Marshall B. Rosenberg explica que por meio da comunicação podemos estabelecer relações pessoais e profissionais mais positivas, de parceria e cooperação.

O autor acredita que a linguagem é um mecanismo para nos encorajar a perceber o que estamos sentindo e do que precisamos em vez de rotular, comparar, exigir e julgar. Ele elenca, assim, quatro componentes para uma comunicação empática:

  1. Observação
  2. Sentimento
  3. Necessidades
  4. Pedido

Basicamente, a técnica ensina que quando observamos algo sem juízo de valor e identificamos o sentimento desencadeado por essa situação, somos capazes de reconhecer quais necessidades geraram tais emoções e, desta forma, ter consciência do que pedir. Por exemplo:

 “Você chegou atrasado, isso é um desrespeito!”.

A frase acima poderia ser reformulada de maneira não-violenta, evitando julgamentos, para a pessoa ter suas necessidades atendidas:

“Quando você chega 20 minutos atrasado a nossa reunião (observação), eu me sinto desrespeitado (sentimento), pois a pontualidade é importante para me mostrar que você está comprometido (necessidades). No futuro, você poderia chegar na hora? (pedido)”.

O mercado de trabalho, a cada ano, se torna mais competitivo. Em um mundo conectado, com problemas ainda mais complexos e relações humanas limitadas, os líderes do futuro deverão ter autoconhecimento para saber gerir a si mesmos e as diferenças, sem perder o foco nos negócios. A relevância das soft skills nas empresas, portanto, é inevitável.