SAÚDE MENTAL | 04.AGOSTO.2020
De volta ao escritório: Ajude sua equipe a gerenciar a ansiedade
Se você gerencia pessoas e planeja o retorno ao trabalho presencial, então certamente já se pegou pensando em uma solução para conciliar horários de trabalho, pausas, disposição de assentos e todas as medidas de segurança necessárias para garantir o bem-estar das equipes.
Ainda que esse retorno demande mudanças logísticas e operacionais, não é apenas o bem-estar físico dos funcionários que precisa ser considerado. A saúde mental é igualmente importante.
Gerenciamento de crise: o tal do “novo normal”
Enquanto alguns contam os dias para voltar ao escritório, outros ficam ansiosos só de pensar no assunto. O medo de usar o transporte público, adoecer e não ter soluções confiáveis para cuidar dos filhos são apenas algumas das preocupações relatadas.
Quem retorna ao local de trabalho também encontrará uma realidade na qual as pessoas mantêm distância uma das outras, seguem protocolos de segurança e usam equipamentos de proteção (máscaras). Ainda que pareça simples, essa adaptação exige uma enorme carga mental.
Se as empresas não oferecerem ajuda psicológica aos colaboradores, trazê-las de volta pode não ser o melhor a se fazer, nem mesmo irá fazer a produtividade e engajamento da equipe regressarem aos níveis pré-pandemia.
Por isso, é preciso avaliar a necessidade de retornar ao escritório e complementar as medidas de segurança com programas voltados a promoção da saúde mental, para garantir aos funcionários maior capacidade de lidar com o estresse e a ansiedade causados pela situação.
No entanto, não basta criar programas de saúde se os gestores não estão capacitados para lidar com as preocupações de suas equipes. É vital que, internamente, haja uma maior consciência a respeito desses problemas.
1. Em primeiro lugar, o bem-estar dos funcionários
Funcionários querem ter a garantia de que a prioridade número 1 das empresas é a sua segurança, sobretudo em tempos difíceis. De acordo com Lúcio Costa, superintendente médico na It’sSeg, é importante avaliar quem se sente confortável em retornar e se essa volta é realmente necessária. “A primeira medida a ser tomada pelas empresas é ter empatia pelo funcionário”, declara.
A partir disso, comprometimento e agilidade com o plano de reinserção são essenciais. Portanto, certifique-se de implementar e comunicar de modo consistente as medidas de segurança, como:
- Higienização constante das áreas de trabalho;
- Incentivar funcionários doentes para ficarem em casa, com políticas de flexibilização e home office;
- Promover medidas de higiene pessoal com frequência;
- Fornecer equipamentos de segurança adequados e necessários.
Todo cuidado é pouco, e é fundamental que seus funcionários conheçam todas as medidas adotadas, bem como as ações para reduzir os níveis de estresse e ansiedade, como:
- Atendimento online com psicólogos e equipe médica;
- Webinares para promoção de saúde mental e emocional;
- Pesquisa de clima para entender as expectativas e receios dos colaboradores;
- Encontros virtuais entre colegas de equipe.
Uma comunicação transparente e fluida entre lideranças com suas respectivas equipes é crucial para esse processo de reinserção.
2. Mostre aos gestores como ajudar suas equipes
A responsabilidade dos gestores é garantir um retorno tranquilo ao local de trabalho. Para tanto, muitas empresas planejam organizar “treinamentos de reentrada”, para debater com as lideranças tópicos como resiliência pessoal e inteligência emocional. Isso pode gerar bons insights para que eles delineiem comportamentos necessários para apoiar novas maneiras de trabalhar.
Ao assumir maior responsabilidade pela saúde dos funcionários, esteja atento aos sinais de sofrimento emocional. Ajude cada membro da equipe a entender o que está e o que não está sob seu controle.
A quarentena e o distanciamento social afetaram as pessoas de diversas maneiras, mas é importante ter em mente que a ansiedade é passageira e será reduzida à medida que os colegas de trabalho se reencontrarem – seja por meio de vídeochamadas ou no escritório.
3. Flexibilização de horários e política de home office
Ao longo dos últimos 4 meses ficou evidente que alguns setores conseguem manter suas equipes operando remotamente. Mas também surgiu uma variedade de possibilidades de configuração, que contemplam tanto a quantidade de horas necessárias para trabalhar quanto para atividades de lazer. Por isso, é provável que haja alguma resistência em relação ao fim da flexibilização.
Um dica nesse cenário é não abandonar a flexibilização ou acabar com o home office, mas conversar com seus funcionários para definir questões como disponibilidade e horários.
Todo planejamento para manter os colaboradores seguros deve incluir a preocupação com os impactos na saúde mental. A ansiedade pode levar à fadiga e falta de foco, agravar condições de saúde existentes e, ainda, aumentar o consumo de álcool, tabaco e outras drogas. Isso tudo pode abalar o desempenho até mesmo do melhor profissional da sua equipe.
Esses três pontos levantados aqui não são únicos e existem muitos outros, que podem e devem ser discutidos. A atenção que será dedicada a compreender e conscientizar sobre todos os aspectos que afetam o bem-estar dos funcionários é que fará a diferença nos próximos anos.
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