GESTÃO DA SAÚDE | 15.MARÇO.2021
É muito provável que alguém no seu trabalho – ou mesmo você – tenha uma doença crônica. Na verdade, 52% dos brasileiros com mais de 18 anos vivem com pelo menos uma doença de longa duração e tratamento contínuo, sendo as mais prevalentes a hipertensão, os problemas na coluna, a depressão e o diabetes.
A doença crônica pode durar vários meses a uma vida inteira, o que a torna um dos maiores problemas de saúde pública do Brasil e do mundo. Seus impactos permeiam a ocorrência de mortes prematuras, perda de qualidade de vida, aparecimento de incapacidades e elevados custos econômicos para a sociedade.
Pessoas com doenças crônicas utilizam mais os serviços de saúde, internação e consulta médica. A dor crônica também é a principal causa de absenteísmo, licenças médicas, aposentadorias, indenizações trabalhistas e baixa produtividade no trabalho. A depressão, por exemplo, foi a 10ª doença com mais afastamentos em 2017.
Como apoiar funcionários com doenças crônicas
Apesar dessa onipresença, as empresas parecem estar despreparadas para dar suporte aos funcionários com doenças crônicas. Em uma pesquisa conduzida nos Estados Unidos, 59% dos trabalhadores acreditam que a administração não sabe como apoiar funcionários com condições médicas graves e/ou crônicas.
Muito desse despreparo vem da falta de consciência, compreensão e ferramentas eficazes. Ser diagnosticado com uma doença crônica pode ser um momento de grandes transformações – fisiológicas, psicológicas e emocionais. Isso pode exigir mudanças significativas em velhos hábitos, expectativas pessoais e formas de trabalhar.
Doenças crônicas são imprevisíveis e seus efeitos podem mudar do dia para a noite. A fadiga extrema e debilitante é um dos sintomas mais comuns que interfere no desempenho ocupacional.
Ao descobrir que um funcionário tem uma doença crônica, pode ser difícil saber o que fazer. Como gestor, você precisará estar aberto para compreender suas limitações e se adaptar. Em uma sociedade que valoriza o excesso de trabalho e o esforço máximo, para alguém com doença crônica isso não é só impossível, como perigoso.
Como as empresas podem ajudar
As empresas também podem ser proativas. Programas de gerenciamento de doenças crônicas têm se mostrado promissores, dando ênfase nas ações de diagnóstico precoce e tratamento para impedir o agravamento do problema, além de ações de reabilitação, no intuito de diminuir a morbidade e incapacidade.
Esse modelo caracteriza-se pelos cuidados de saúde em todas as etapas, mesmo nos períodos de remissão da doença, e tem como foco a construção de uma estrutura de apoio que possibilite ao sujeito em sofrimento, e a seus familiares, enfrentar os problemas cotidianos advindos da enfermidade.
Em linhas gerais, os objetivos do gerenciamento de doenças crônicas são identificar os indivíduos doentes de risco, cujo agravamento poderá levar a uma assistência mais complexa e dispendiosa; prevenir complicações; oferecer suporte de qualidade e aumentar o envolvimento do paciente no autocuidado.
À propósito, a eficiência do projeto está justamente na adesão do participante. Quase 80% das pessoas que abandonam seus planos de tratamento veem sintomas piores no futuro. A organização, em conjunto com seus líderes, deve tomar medidas para garantir que os colaboradores afetados continuem em conformidade com seus cuidados.
Saiba mais sobre a gestão de pacientes crônicos nas empresas.