TURBINAR | 27.OUTUBRO.2021
Novos desafios na gestão de pessoas
A mudança massiva (e repentina) para o trabalho remoto, no último ano, transformou a maneira que trabalhamos e, também, a relação que temos com o trabalho. Tivemos que melhorar nossa capacidade de autogerenciamento e de comunicação. Nunca falamos tanto sobre qualidade de vida, resiliência e empatia nas empresas. E o papel do da liderança ganhou ainda mais destaque, depois da pandemia.
Agora, com a possibilidade cada vez maior de retornar definitivamente ao escritório, é hora de refletir sobre os aprendizados do último ano. O que fica e o que muda na gestão de pessoas? Quais desafios ainda precisam ser enfrentados pelo RH? Quais os novos paradigmas da liderança?
Esses foram os temas principais do Turbinar que aconteceu nesta quarta-feira (27), com Thaís Camargo e Renata Parra. Confira os destaques desse bate-papo, a seguir.
Pandemia trouxe novas exigências para o RH
Thaís Camargo é diretora de gestão, gente e cultura na It’sSeg. Ela conta que a pandemia recaiu sobre a área de Recursos Humanos de forma bruta: “A área foi imediatamente demandada a dar suporte e preparar a liderança para exercer um novo papel. Temas novos chegaram de um dia para outro à nossa pauta de discussões e tendem a permanecer”.
Além da rotina, dos projetos e desafios inerentes à função, o RH precisou se reestruturar e agir rapidamente para lidar com os contratempos do novo cenário.
A área foi mais exigida para assuntos que, muitas vezes, nunca teve contato como: protocolos sanitários e controles; lidar com uma gestão de crise; lidar com óbitos e lutos o tempo todo; afastamentos com maior frequência; redução de salário e jornada de trabalho; engajar as pessoas à distância; capacitar a liderança para um olhar mais humanizado; manter as pessoas conectadas, seguras e motivadas.
Isso equilibrando os pratinhos para manter os pagamentos em dia, fazer a gestão dos benefícios, os processos de admissão, tendo que reduzir custos e fazer cortes, entender as medidas e restrições provisórias que estavam sendo aplicadas.
Mas nem tudo foi negativo nessa experiência. A área mostrou, para quem ainda tinha dúvidas, que pode ser estratégica. “Acredito que essas novas exigências deram um novo ânimo para o RH, colocando-o como protagonista. É uma área que pode apoiar o negócio, porque é através das pessoas que a empresa realmente faz acontecer. Você pode ter máquinas e equipamentos, mas sem as pessoas por trás delas, engajadas e motivadas, nada vai acontecer”, pontua Thaís.
Renata Parra também falou sobre a visão da área de relacionamento quanto à percepção junto aos clientes, em relação às exigências do RH: “Nós nunca apoiamos tanto nossos clientes com webinares de promoção e gestão de saúde, como nesse período. Os benefícios sempre foram uma preocupação, em especial o plano de saúde, mas isso se intensificou na pandemia. A gente sabe que houve a diminuição de procedimentos eletivos por causa do isolamento, contudo, essa curva já voltou a subir e terá impacto nos custos”.
O que mudou no modelo de liderança?
A diretora de gestão, gente e cultura da It’sSeg comenta que a dinâmica entre líderes e liderados vai mudar muito, porque existe uma convergência de rotinas pessoais com as rotinas corporativas:
“Uma liderança mais participativa, com olhar mais empático, está sendo exigida talvez como nunca antes. É e ainda será preciso entender as dores e necessidades do outro, olhar o indivíduo como único, ser ponto de apoio da equipe nos momentos em que a ansiedade e o medo tendem a dominar e também inspirar, engajar e fazer com que cheguem nos resultados esperados. São questões latentes que interferem na produtividade dos indivíduos. E o RH entra para apoiar os líderes nessas lacunas”.
Quais são os principais desafios da gestão de pessoas?
Renata lembra que uma coisa são as exigências que precisaram ser executadas no início da pandemia, outra são os desafios futuros. E agora, para onde o RH precisa olhar?
“Em primeiro lugar, não podemos mais perder o espaço que foi conquistado como protagonista e apoio ao negócio. O RH tem que se posicionar como não só uma área operacional, mas é preciso pensar na tecnologia a favor dele, para poder otimizar os processos, digitalizar e informatizar o que ele puder, para que ele tenha tempo suficiente para agir estrategicamente ao lado da alta direção”, ressalta Thaís. Além disso, ela elenca outros desafios:
- Trabalho remoto. Com a adoção desse modelo ganhando força, o RH precisa pensar em como estruturar uma política de home office, entendendo as particularidades da empresa e de cada função, além de estar atento às questões da legislação trabalhista;
- Fortalecimento da cultura organizacional. Como continuar estabelecendo a cultura organizacional à distância, principalmente com os novos contratados? O ambiente profissional também propaga a cultura, o jeito de ser, e isso se perde em partes com o trabalho remoto;
- Olhar para a qualidade de vida. Corpo e mente andam juntos;
- Comunicação interna. Quais as novas ferramentas disponíveis? Como dar voz às pessoas? Afinal, elas querem ser ouvidas. O RH pode ajudar criando fóruns, discussões, redes de conversas entre as demais áreas para continuar ocupando o espaço que obteve na pandemia;
- Investimentos em diversidade e inclusão. O que é diferente continua sendo super importante, e a pandemia mostrou isso: como as diferenças somam para os negócios e para as pessoas.
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