OLHO NO PESO | 13.SETEMBRO.2017

Controle da obesidade é prioridade para a saúde

Se alguém acreditava que era possível ser saudável estando acima do peso, é hora de rever conceitos. Um estudo da Universidade de Birmingham, divulgado no Congresso Europeu sobre Obesidade, comprovou que mesmo os obesos considerados metabolicamente saudáveis, não estão livres de doenças. Conforme envelhecem, eles apresentam 50% mais chance de desenvolver problemas cardiovasculares do que pessoas dentro do peso ideal.

Segundo dados da pesquisa Vigitel 2016, realizada pelo Ministério da Saúde, o sobrepeso aumentou 60% nos últimos 10 anos. Considerada um problema de saúde pública, a obesidade é responsável pelo desenvolvimento de doenças crônicas como hipertensão, diabetes, colesterol alto, câncer entre outros problemas.

Hoje, essas doenças estão relacionadas a 74% das mortes no país e custam sete vezes mais ao sistema suplementar do que uma doença infecciosa. Um fator que, inclusive, impacta diretamente no aumento consecutivo da inflação médica, que chegou a 19,4% no último ano.

Esse impacto é tamanho que a ANS, órgão que regula o mercado de saúde privada no país, decidiu tomar uma atitude: implementar diretrizes para o diagnóstico precoce e tratamento da obesidade entre os beneficiários dos planos de saúde.

Uma das primeiras mudanças seria adotar o cálculo do IMC (índice de massa corporal) em todas as consultas. Com base nessa informação, aos primeiros sinais do excesso de peso, os médicos poderiam indicar exames para verificar a existência de doenças e direcionar os pacientes para especialistas, como endocrinologistas, se necessário. Além disso, as operadoras orientariam os clientes, reforçando a adoção de hábitos saudáveis.

A ideia é que, se aprovadas, essas medidas também sejam adotadas para o controle da obesidade infantil. Já que a criança obesa tem mais chances de manter essa condição na vida adulta.

Para estimular a adoção desses novos protocolos, a ANS pretende bonificar as operadoras de saúde de acordo com seu índice de desempenho. As mudanças, que ainda estão sendo revisadas pelo grupo técnico criado exclusivamente para o tema, fazem parte de uma série de melhorias para o modelo de atenção à saúde que têm sido discutidas entre a agência e o mercado.