TURBINAR | 21.OUTUBRO.2020
Quatro respostas sobre câncer do colo do útero
O câncer do colo do útero, também chamado de câncer cervical, é o terceiro mais frequente na população feminina (sem considerar os tumores de pele) e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil.
A doença é causada pela infecção persistente por Papilomavírus Humano (HPV), mas pode ser facilmente descoberta no exame preventivo e tem altas chances de cura. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), existem alguns fatores que podem aumentar o risco de desenvolver o câncer cervical:
- Início precoce da atividade sexual ou múltiplos parceiros;
- Tabagismo (a doença está diretamente relacionada à quantidade de cigarros fumados);
- Uso prolongado de pílulas anticoncepcionais.
Quais sintomas esse tipo de câncer apresenta?
O câncer do colo do útero é uma doença silenciosa, que pode não apresentar sintomas em fase inicial. Nos casos mais avançados, pode haver sangramento vaginal intermitente (que vai e volta) ou após a relação sexual, secreção vaginal anormal e dor abdominal associada a queixas urinárias ou intestinais.
Como fazer a detecção precoce?
Na fase pré-clínica (sem sintomas) do câncer do colo do útero, a detecção de lesões precursoras (que antecedem o aparecimento da doença) pode ser feita por meio do exame preventivo (Papanicolau). Quando diagnosticado na fase inicial, há 100% de chance de cura do câncer cervical.
Toda mulher que tem ou já teve vida sexual e que estão entre 25 e 64 anos de idade deve fazer o Papanicolau para detectar lesões precursoras e fazer o diagnóstico precoce da doença. Segundo o INCA, os dois primeiros exames devem ser anuais. Se os resultados estiverem normais, sua repetição só será necessária após três anos.
Ainda, como o HPV está associado a uma grande parcela dos tumores, outra estratégia é a pesquisa do DNA viral nas células do colo uterino (captura híbrida).
O que é HPV?
HPV, ou Papilomavírus Humano, são vírus capazes de infectar a pele ou as mucosas, provocando verrugas na região genital ou anal e, em alguns casos, câncer. A principal forma de transmissão é por relações sexuais sem o uso de preservativo (oral, vaginal, anal), e o contágio pode ocorrer mesmo na ausência de penetração. Portanto, a maneira mais simples de evitar infecção por HPV é utilizar camisinha (masculina ou feminina).
A vacina contra o HPV faz parte do calendário vacinal brasileiro!
Em 2017, o Ministério da Saúde estendeu a vacina contra o HPV para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. Essa vacina protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do HPV. Os dois primeiros causam verrugas genitais e os dois últimos são responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer do colo do útero.
A vacinação e o exame Papanicolau se complementam como ações preventivas. Mesmo as mulheres vacinadas, quando alcançarem a idade recomendada (a partir dos 25 anos), deverão fazer o exame preventivo periodicamente, pois a vacina não protege contra todos os tipos do HPV capazes de desenvolver câncer.
Qual o impacto do diagnóstico na saúde da mulher?
O câncer do colo do útero, com frequência, acomete mulheres jovens que ainda não engravidaram. Com o diagnóstico precoce é possível a realização de tratamentos menos invasivos, possibilitando uma futura gestação.
Nos casos de detecção em estágios avançados da doença, o tratamento pode incluir cirurgias, quimioterapia ou radioterapia, aumentando substancialmente os gastos em saúde.
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