GESTÃO DE RH | 13.AGOSTO.2020

Quatro temas para pensar o RH do futuro

Desde a rápida disseminação do coronavírus, experimentamos transformações significativas no modo como trabalhamos, onde trabalhamos e nas tecnologias que nos mantêm conectados. Essas mudanças aumentaram a importância do RH.

O momento mostrou-se uma ocasião favorável para as empresas fornecerem aos funcionários, com bastante responsabilidade, orientação sobre as habilidades e capacidades necessárias para se desenvolver e ter sucesso.

Com isso em mente, uma pesquisa da consultoria Future of Work, nos Estados Unidos, reuniu quase 100 diretores de Recursos Humanos, jurídico e VPs para imaginar como o setor pode evoluir nos próximos 10 anos. O resultado foi a idealização de 21 cargos de RH para o futuro.

Liderar a empresa para o futuro

Com algumas funções inteiramente novas e outras responsabilidades que estão ganhando espaço à medida que o RH repensa sua estratégia na pandemia, a pesquisa identificou em todos os 21 trabalhos, quatro temas centrais:

1. Resiliência individual e organizacional

Com o trabalho remoto imposto pela Covid-19, junto com a cultura do “funcionário perfeito”, ficou ainda mais evidente as tensões de equilibrar vida pessoal e profissional. Esses desafios chamaram atenção para a saúde dos trabalhadores – e não apenas física. O futuro inclui uma visão mais holística do bem-estar, que engloba saúde mental e espiritual.

Isso abre caminho para novas funções com o bem-estar como estratégia central de negócios, com o objetivo de aumentar a retenção de talentos. O “Diretor de Bem-estar”, por exemplo, poderia gerir o planejamento da área e definir as ações que irão desenvolver a saúde integral dos colaboradores.

Enquanto que a função de “Facilitador do Trabalho Remoto” garantiria que os processos, políticas e tecnologias da empresa sejam ideais para os funcionários remotos. Essa pessoa também seria responsável por assegurar que a equipe conheça seu propósito e se sinta cuidada, mesmo à distância.

2. Confiança e segurança organizacional

Na mesma proporção que as empresas investem em transformação digital e estabelecem uma cultura de dados, os profissionais de RH adquirem uma posição única de serem guardiões de um ambiente de trabalho ético e responsável.

A era dos algoritmos ampliou a necessidade de privacidade, da garantia de explicabilidade e responsabilidade. Como Human Bias Officer, por exemplo, o profissional ajudaria a mitigar riscos de uso inapropriado de dados ou vazamento de informações dos funcionários.

Outro cargo, que já emergiu, é o de “Diretor Estratégico de Continuidade de Negócios de RH”. Essa pessoa lidera o plano de preparação para emergências da área na empresa, trabalhando com CEO, CFO e CIO para propor um local de trabalho mais seguro.

3. Criatividade e inovação

Conforme aumenta a necessidade de vislumbrar rapidamente novos meios dos negócios crescerem, uma função que pode surgir é o “Líder do Futuro do Trabalho”. Essa pessoa seria responsável por analisar as habilidades essenciais para o sucesso contínuo da organização, concentrando-se tanto em definir a estratégia, quanto em propor iniciativas de requalificação e qualificação para os funcionários.

Também foi imaginada a função de “Conselheiro de Imersão em RV”. Aqui, a responsabilidade seria ajudar a perceber o potencial de usar a realidade virtual para programas de saúde, treinamento, integração, requalificação e até segurança.

4. Conhecimento de dados

Como descobrir por que uma equipe tem um desempenho melhor do que outra ou criar uma cultura mais diversa e inclusiva? Cada vez mais, é provável que o RH assuma funções orientadas a dados para resolver seus desafios.

O “Detetive de dados do RH”, por exemplo, poderia sintetizar fluxos de dados díspares (pesquisas de funcionários, sistemas de gerenciamento de aprendizagem, plataformas de benefícios, etc.) para ajudar a resolver problemas de negócios; além de compilar ideias para melhorar os níveis de desempenho da empresa.

A pesquisa ainda aponta um 5º tema: Parcerias homem-máquina. Com o aumento do uso de dados e robôs (bots) nas empresas, a necessidade de equilíbrio entre o trabalho humano e as máquinas ficou visível. Nesse sentido, um cargo que poderia existir é o Human-Machine Team Manager, que trabalharia para desenvolver colaborações contínuas entre as duas esferas – não competição.

Muitos desses cargos dependeriam da criação de outros empregos, alguns já até foram criados, enquanto outros nem foram inventados. Tudo isso também pode parecer improvável diante de um cenário de crise e desemprego. Mas ao passo que as funções existentes evoluem, poderemos ter uma compreensão melhor das mudanças necessárias para atender às prioridades dos negócios (antecipadas e imprevistas). Quais são os temas que você imagina para o futuro do RH na sua empresa?

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