TURBINAR | 27.OUTUBRO.2022
O papel das empresas no incentivo à saúde dos colaboradores
Segundo pesquisa do Instituto Data Popular, seis em cada 10 brasileiros só vão ao médico quando estão realmente doentes. Os dados apontam para a falta de cuidado preventivo com a saúde, além dos gastos financeiros elevados no tratamento de doenças já em estágios avançados.
Para as empresas que oferecem assistência médica aos seus colaboradores, a falta de prevenção pode ter um impacto econômico ainda maior. Por isso, muitas companhias dedicam-se a promover campanhas de saúde que vão além do Outubro Rosa e Novembro Azul.
Com base neste cenário, realizamos a sexta edição do Turbinar para esclarecer como as organizações podem promover a cultura do cuidado de forma estratégica. O evento contou com a participação de Amanda Favetti, responsável pela área de marketing e comunicação da It’sSeg; Wallace de Souza, coordenador de promoção de saúde; e Roberta Pires, superintendente de relacionamento.
Como incentivar o cuidado com a saúde dos colaboradores
Para criar um cronograma de promoção de saúde é necessário ter em mente quais ações serão promovidas. Na etapa inicial é importante identificar as maiores necessidades do seu público. Dessa forma, a empresa pode desenvolver medidas que realmente façam sentido para cada colaborador.
“O primeiro passo é entender o cenário da companhia. Quais são os indicadores da empresa? Quais são os casos com maior sinistralidade no plano de saúde? São as pessoas com doenças crônicas? É o público gestante? Fazendo esse levantamento você pode ter uma base para iniciar as ações internas, de acordo com o tema mais relevante para os funcionários”, destaca o coordenador de promoção de saúde da It’sSeg, Wallace de Souza.
A empresa também pode começar com projetos menores até que se tornem um hábito dentro da organização. “Não é quantidade, mas sim a qualidade de seus programas que vão definir uma boa adesão dos colaboradores à eles”, completa.
Com as ações elaboradas, comunicar os funcionários de como vão funcionar os programas também é parte essencial da promoção de saúde.
“É importante que não haja ruídos na comunicação desses projetos. Se os líderes, por exemplo, não estiverem engajados, vai haver uma barreira na divulgação desse programa. Em alguns casos, acontece da comunicação ser feita, mas o gestor não ficar sabendo. Pode chegar o colaborador com alguma dúvida sobre a ação e o gestor não saber responder, pois ele não soube antecipadamente como seria feita a divulgação do projeto”, explica Amanda Favetti.
Como o setor de RH pode ajudar no engajamento
Os programas de promoção à saúde devem se tornar parte da cultura da organização. “Os colaboradores percebem quando o projeto é algo genuíno da empresa ou quando é fake. Por isso, essas ações devem ter uma certa consistência”, explica Wallace.
Ele ainda completa: “Eu ressalto a importância das lideranças nessa função de engajar suas equipes. Muitas vezes o RH sabe da relevância desses programas para a saúde dos colaboradores, mas os líderes não. Por isso, quando a ação não é amplamente conhecida por todos os membros da empresa, acontece do projeto ser feito uma única vez e acabar morrendo ao longo do tempo, ou seja, não ser feito novamente”.
Além disso, é importante que o setor de recursos humanos analise os dados da campanha depois que ela for feita. É necessário verificar quantos colaboradores participaram, qual foi a taxa de engajamento e entender os motivos que podem estar por trás de um baixo número de adesões ao programa.
“Será que o projeto está adequado à realidade da empresa? Será que a campanha foi de fato relevante para os colaboradores? Houve uma comunicação clara entre todos da equipe? Vários fatores podem afetar o sucesso de uma ação interna”, esclarece Amanda.
A superintende destaca também que “é importante que essas campanhas de saúde não concorram com outras iniciativas internas da empresa. Às vezes o comitê de saúde quer fazer um projeto, mas ao mesmo tempo o setor de T.I já tem um programa em andamento e o setor de diversidade está elaborando outra ação. Esse ‘confronto’ de campanhas ao mesmo tempo dificulta a participação dos colaboradores em todas elas”.
O excesso de “campanhas coloridas”
Boa parte das pessoas conhece ou já ouviu falar nas campanhas mensais de saúde. Geralmente, cada mês do ano traz um foco específico para um determinado assunto relacionado a saúde (janeiro branco, agosto dourado, setembro amarelo e por aí vai). No entanto, focar apenas nesses projetos, pode distanciar as ações do seu público.
“Um ponto negativo das campanhas coloridas é não focar na necessidade dos colaboradores de acordo com os indicadores. Isso pode reduzir a efetividade na prevenção de doenças de acordo com a sinistralidade daquele momento”, esclarece Roberta Pires, superintendente de relacionamento na It’sSeg.
Vale lembrar que fazer a prevenção de doenças é muito mais econômico do que tratar problemas já instalados. Lembre-se de fazer os exames de check-up e acompanhar sua rotina junto com um profissional médico.