DE VOLTA AO TRABALHO | 30.JULHO.2020

Quando retornar casos suspeitos ou confirmados de covid-19?

Organizar uma volta gradativa do trabalho presencial, dividindo os funcionários em grupos, é uma das principais recomendações para diminuir as chances de propagação do coronavírus (Sars-CoV-2) e os riscos de contaminação nas empresas. Mas fica a dúvida, quando retornar os casos suspeitos ou confirmados de covid-19?

Estudos indicam que pessoas com quadro leve e moderado da doença deixam de ser transmissoras do vírus após 10 dias do início dos sintomas. Em contrapartida, o material genético do Sars-CoV-2 ainda pode ser encontrado no organismo depois de até 12 semanas, por meio do exame RT-PCR.

Com base nessas informações, o CDC (Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos) revisou sua recomendação de isolamento. A nova orientação é que casos suspeitos ou confirmados de covid-19 podem retornar ao convívio social a partir do 11º dia do início dos sintomas, desde que sintam melhora e estejam sem febre por pelo menos 24 horas (sem o uso de antitérmicos).

A OMS (Organização Mundial de Saúde) confirmou que a transmissão do coronavírus após o 10º dia é rara. Entretanto, visando incluir indivíduos que apresentaram quadro grave da doença ou presença prolongada do vírus no organismo, a organização reforçou a importância do isolamento por um período mínimo de 10 dias + três dias adicionais sem sintomas. Por exemplo:

  • Se o funcionário teve sintomas durante dois dias, poderá sair do isolamento depois de 13 dias (10 + 3);
  • Se ele teve sintomas por 14 dias, deverá retornar após 17 dias (14 +3).

Quando retornar pacientes assintomáticos com RT-PCR positivo?

O exame RT-PCR é considerado o principal método para identificar o coronavírus, pois é capaz de detecta-lo ainda no início da doença. Os funcionários assintomáticos que apresentarem PCR positivo poderão retornar às atividades em 10 dias, segundo orientações do CDC e da OMS.

E quanto aos funcionários que se recuperaram da covid-19?

Pessoas recuperadas da covid-19 e que estão assintomáticas não precisam se manter isoladas ou realizar novos exames de detecção durante os primeiros três meses após a infecção, mesmo se nesse período houver contato com casos suspeitos ou confirmados da doença. Isso porque, ainda não foram identificados casos de reinfecção.

No entanto, algumas populações tornaram-se suscetíveis aos betacoronavírus (um dos quatro gêneros de coronavírus) depois dos três primeiros meses. Por esse motivo é fundamental que as medidas de segurança e protocolos de saúde, como o distanciamento social e o uso de máscaras, sejam mantidos e incentivados por aqueles que já se recuperaram da doença.

Devo testar minha equipe para diagnosticar infecções atuais?

Como falamos, a presença do vírus com potencial transmissor, em geral, não ultrapassa o 10º dia dos sintomas. Os testes sorológicos, quando indicados, devem ser realizados a partir do sétimo dia do início dos sintomas. Sendo assim, a utilidade desses testes para identificar a presença ou ausência de infecção atual ainda não está claramente definida. Entenda como e quando utilizar os exames para detecção do coronavírus.

Até o momento, instituições nacionais como o Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Infectologia não mudaram suas orientações a respeito do isolamento. Neste cenário, em que a solidez da informação é fundamental para evitar discordâncias com protocolos já amplamente divulgados, julgamos prudente manter um prazo mais conservador de isolamento nos casos suspeitos ou confirmados da covid-19.

Desta forma, nossa recomendação aos clientes e parceiros continua sendo manter o afastamento por 14 dias a partir do início dos sintomas. Conforme o reposicionamento das diretrizes nacionais, novos prazos poderão ser aplicados.

ATUALIZAÇÃO /

A  ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) atualizou, no dia 05/08, a orientação referente ao tempo de isolamento de casos suspeitos ou confirmados de Covid-19, em concordância com as novas recomendações do CDC (Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos).

Para quadros leves a moderados da doença, a agência orienta que o retorno aconteça somente após 10 dias do início dos sintomas, desde que a melhora esteja em evolução e sem febre por pelo menos 24 horas. Para casos graves ou pessoas com imunodeficiência, o término do isolamento deve ser depois de 20 dias a partir do início dos sintomas.

A ANVISA, solidária a diversidade de estrutura para avaliação, atendimento e seguimento desses casos, não recrimina ações de cuidado e prevenção mais rigorosas que as estabelecidas. Sendo assim, é da competência de cada unidade discutir a implementação das novas atualizações.

Recomendamos que os colaboradores que seguem em atividades presencias, bem como as equipes de Recursos Humanos e Medicina do Trabalho que prestam assistência, recebam treinamento sobre as mudanças com o propósito de manter a transparência sobre as condutas implementadas, além de eliminar eventuais dúvidas.

 

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