GESTÃO | 23.FEVEREIRO.2021

Recompensas que podem ser a diferença entre o bom e o melhor

Assim como há um vínculo entre reconhecimento e desempenho, motivação e engajamento estão diretamente ligados à satisfação pessoal. Mas, ao aplicar essas premissas no trabalho, encontrar programas de recompensa que vão além da tradicional remuneração financeira pode ser um desafio.

Embora seja um fator desmotivador, o dinheiro não motiva sozinho a longo prazo. A recompensa inclui fatores tangíveis e intangíveis, sendo, estes últimos, constituídos pelo clima e cultura organizacional; por questões de liderança; pela oportunidade de desenvolvimento; qualidade de vida e, também, pelo reconhecimento.

Se o objetivo é atrair e reter talentos – e efetivamente motivá-los – é crucial que seja dada atenção aos motivadores inerentes aos seres humanos. E o intangível está dentro disso.

Remuneração além do dinheiro

Em momentos de instabilidade econômica, olhar para a remuneração intangível traz impactos significativos, sem exigir altos investimentos de orçamentos já reduzidos.

A recompensa intangível passa obrigatoriamente pelo prazer, pelo sentimento de pertencer, pela confiança e pelo orgulho de fazer parte da organização. Elementos subjetivos e complexos de identificar ou mensurar. Mas que podem fazer diferença para os colaboradores – e aqueles que desejam trabalhar na empresa – se sentirem motivados a produzir mais e melhor e ter uma relação positiva com o trabalho.

Oferecer feedback, por exemplo, é um meio eficaz de engajar e, ao mesmo tempo, melhorar os resultados do negócio. Pois, a construção de aspectos que terão efeito positivo na motivação acontece, necessariamente, por meio da possibilidade e realização do crescimento pessoal e profissional.

Além disso, oportunidades de desenvolvimento e situações que proporcionam aprendizagem, direcionadas às capacidades e ambições individuais, ajudam a construir o prazer no trabalho. Enquanto o sentimento de pertencer é estabelecido pelo grau de participação das pessoas – desde o acesso à informação, a colaboração na tomada de decisões, até a flexibilização de processos para também atender seus interesses.

De todos os componentes, a confiança é o que mais impacta na ética e na parceria entre empregado e empregador. Ela é construída pela transparência dos objetivos e expectativas da empresa, pela integridade do discurso e da prática. Prometer e não cumprir, fazer o que disse que não faria, destroem qualquer credibilidade.

Enfim, uma visão compartilhada de propósito é fundamental. A identificação com os valores e com a forma que são praticados, aliada a uma imagem social positiva da organização, geram engajamento e orgulho de fazer parte, que tanto fortalece quanto gratifica as pessoas.

Cada vez mais, aprimorar elementos não tangíveis é de extrema relevância. Não que as recompensas financeiras devam ser negligenciadas, elas continuam essenciais, mas é no intangível que está o verdadeiro incentivo.

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Referências: S/A RH, Revista Melhor