BENEFÍCIOS CORPORATIVOS | 10.FEVEREIRO.2021
É hora de uma gestão de benefícios mais humana
Nos últimos anos, empresas de destaque têm elevado a atuação da área de Recursos Humanos, reconhecendo-a como um pilar vital para o sucesso da organização. Aquela máxima de que funcionários satisfeitos, felizes e motivados produzem mais e alcançam melhores resultados nunca pareceu tão pertinente. E o RH é fundamental para se obter isso.
O velho departamento pessoal, aquele que apenas processa pagamentos e recepciona uma ou outra demanda transacional, está fadado ao desaparecimento. Não há mais como olhar para os colaboradores como meros números ou simples peças que podem ser substituídas a qualquer momento, sem nenhum impacto ou prejuízo. Empresas que ainda pensam e agem dessa forma perdem a grande oportunidade de colher melhores frutos.
A pandemia do coronavírus não deixou outra alternativa que não a evolução, a inovação e o protagonismo da área de RH. Da noite para o dia, empresas se viram obrigadas a repensar toda a forma que se relacionavam com os empregados, pois, o modelo até então vigente deixou de ser eficiente. Isso trouxe questões e debates que antes pareciam muito distantes ou, por vezes, até proibidos nas organizações.
A era da personalização
A gestão de benefícios não ficou alheia a essas mudanças. As pessoas são diferentes e, naturalmente, possuem anseios, desejos e necessidades distintas. Mas, mais do que isso, é preciso entender que a mesma pessoa, ao longo da vida, terá suas próprias necessidades alteradas conforme a etapa que vive.
Pode ser cedo para afirmar categoricamente, mas fortes indícios mostram que entramos na era da personalização, do entendimento e da adequação individual. É hora de deixar o colaborador escolher. Isso vale para tudo: desde a forma como ele quer se relacionar com a empresa – física ou remotamente – até seu pacote de benefícios e formato de remuneração.
Tomamos como exemplo, dentro do pacote de benefícios, o plano de saúde. É fato que todos querem ter uma boa assistência médica. Mas o bom é subjetivo e confere interpretações distintas: para alguém pode significar uma rede de atendimento ampla, enquanto que para outro é ter prestadores próximos a sua casa ou contar com reembolsos maiores.
Um funcionário casado, por exemplo, gostaria de ter acesso ao plano padrão com acomodação em apartamento; o solteiro prefere ter o menor padrão possível e poder utilizar a diferença de valor em benefícios que para ele fazem mais sentido.
Diante de tanta diversidade de pensamento e necessidade, é extremamente difícil a empresa ser assertiva seguindo uma diretriz única estabelecida pelo RH. Por mais elaborada que seja, uma política interna imposta resultará em satisfações e frustrações – sem nenhuma relação com o valor investido. Benefícios onerosos, quando aplicados em políticas tradicionais, tendem a apresentar os mesmos resultados.
Talvez isso explique a insatisfação de alguns mesmo diante de pacotes magníficos. Ou aquele sentimento de que não valorizam o que é oferecido, mesmo com tanto sacrifício e investimento da organização. Vale para o plano de saúde, para o seguro de vida, o curso de línguas, o home office, o horário flexível, o dia de folga, os cursos de graduação, os benefícios emocionais e todo o resto.
O mundo mudou. As pessoas mudaram e continuam mudando a cada dia. Nada mais justo que tentar encontrar formas de acompanhar tanta transformação, respeitando o desejo de cada indivíduo.