PANDEMIA | 10.JUNHO.2020
Para reforçar suas ações de prevenção contra a Covid-19, muitas empresas têm utilizado a investigação laboratorial como parte de seus protocolos de retorno ao trabalho. Mas é necessário testar todos os colaboradores? Qual teste devo usar e quando? Compartilhamos algumas orientações do nosso comitê de crise e área médica sobre o assunto. Continue lendo!
Os testes laboratoriais para diagnosticar Covid-19
O diagnóstico da Covid-19 pode ser feito por meio de dois exames: RT-PCR em tempo real ou teste rápido sorológico. Saber como eles funcionam e o que mostram irá nos auxiliar a elaborar estratégias mais assertivas para a retomada gradual das atividades, de forma segura e tranquila para todos.
Contudo, é importante ressaltar que embora a testagem seja uma iniciativa positiva, independentemente dos resultados, todas as medidas de distanciamento social e proteção individual devem ser mantidas. É provável que quem contraiu o vírus uma vez desenvolva algum tipo de imunidade contra a doença, mas não é certeza. A comunidade científica ainda estuda o nível de proteção e por quanto tempo ela dura.
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RT-PCR em tempo real (qRT-PCR)
A RT-PCR em tempo real é considerada a principal técnica para identificar o novo coronavírus (Sars-CoV-2), pois é capaz de detecta-lo ainda no início da doença. Para o teste é recolhido uma amostra de secreção da nasofaringe (parte nasal da faringe). É possível haver resultados falso-negativos quando a coleta é feita precocemente (antes do 3º dia) ou em fase mais avançada da doença (depois do 7º dia).
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Teste rápido sorológico
Já os testes sorológicos detectam antígenos ou anticorpos específicos (IgG e IgM) produzidos pelo corpo contra o Sars-CoV-2. De modo geral, eles só são realizados a partir do 7º dia após o início dos sintomas, pois é preciso que o sistema imunológico produza substâncias em quantidade suficiente para o vírus ser identificado. Veja como interpretar o resultado:
Resultado | INTERPRETAÇÃO | |
IgG | IgM | |
NEGATIVO | NEGATIVO | Suscetível, manter ações de prevenção |
NEGATIVO | POSITIVO | Infecção atual, isolamento |
POSITIVO | POSITIVO | Infecção atual, isolamento |
POSITIVO | NEGATIVO | Infecção prévia, manter ações de prevenção |
Quando devo usá-los?
A identificação de anticorpos da classe IgM pode estar relacionada a infecção atual (risco de transmissão a terceiros) e pode demandar exames complementares, como avaliação de sinais e sintomas de infecção.
Enquanto que os anticorpos IgG costumam ser marcadores de infecção prévia. Até o momento, as pesquisas não confirmaram se eles também significam que as pessoas estão imunes contra a doença, por isso, é fundamental manter as medidas preventivas de higienização e distanciamento social.
Monitorar essa população permite avaliar o nível de disseminação da doença e, também, identificar se há necessidade de intensificação das ações de proteção.
Na hora da testagem
Em alguns estados, como São Paulo e Distrito Federal, é solicitado que seja feita a pesquisa de anticorpos em funcionários antes do retorno – principalmente naqueles que realizarão atividades com o público. Antes de começar os testes, leve em consideração:
- Grupos para testagem: Conforme a demanda e disponibilidade de testes, os funcionários podem ser testados simultaneamente ou em grupos. Vale ressaltar que a presença de anticorpos IgM ou PCR positivo pode requerer isolamento e/ou investigação complementar.
- Local de testagem: Recomendamos que os testes sejam feitos em ambiente fora do local de trabalho, para evitar aglomerações e garantir a confidencialidade do exame.
- Qual teste utilizar: Se é necessário definir se já houve contato prévio com a doença, o teste sorológico é o mais indicado. A avaliação com RT-PCR pode ser reservada para casos específicos, como funcionários que estiveram em contato com pessoas infectadas; indivíduos sintomáticos; confirmação de teste sorológico ou pesquisa de transmissor assintomático.
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