GESTÃO DE PESSOAS | 14.ABRIL.2020
Conselhos devem estar atentos ao bem-estar dos trabalhadores
Já está mais do que provado que funcionários felizes são mais produtivos. Em vista disso, cada vez mais, grandes empresários e governantes de todo o mundo enxergam a felicidade como um indicador do bem-estar, levando em consideração seus índices ao formular novas políticas e ações para as organizações e sociedade.
Não à toa, uma das palestras mais concorridas do Fórum Econômico Mundial, realizado em Davos (Suíça) em janeiro de 2019, foi uma mesa redonda promovida pela Universidade de Yale chamada “A neurociência da felicidade”. Outras instituições de peso, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), já incluíram em seus debates temas como ansiedade, depressão e bem-estar psicológico entre os fatores de risco para a economia global.
O trabalho como fonte de felicidade
Ao mesmo tempo em que permite a realização dos desejos e projetos de vida dos seus líderes e colaboradores, o ambiente de trabalho é um dos maiores responsáveis pelas doenças da vida moderna e pode causar um estado permanente de tensão: pressão por resultados, cargas horárias excessivas, crise no negócio, metas inalcançáveis – isso tudo somado ao desequilíbrio da vida pessoal e ao sedentarismo.
A responsabilidade direta pela construção da cultura e clima organizacional, assim como pela sua implementação, continua sendo da liderança executiva junto com a área de Recursos Humanos; no entanto, segundo a psicóloga e consultora de altos executivos Vicky Bloch, os recentes avanços nesse debate requerem que os conselhos também sejam envolvidos para que as empresas desenvolvam um olhar holístico sobre o bem-estar das pessoas que ali atuam.
“Promover mudança de comportamento em conselhos, porém, não é uma missão fácil, tampouco rápida. Especialmente nos mais tradicionais, que têm pouca ou nenhuma diversidade de perfis.”, explica a consultora.
Vicky lembra que os resultados esperados não são gerados por robôs ou sistemas, e sim por seres humanos, que em tempos de intensas transformações vivem sob alto grau de pressão e estresse. Profissionais doentes, sejam de qualquer nível hierárquico, não são felizes; são menos produtivos e não ajudarão as organizações a cumprirem seus objetivos de longo prazo.
“Um CEO sob um nível de ansiedade acima do suportável pode cometer erros de decisão, ter comportamento de assédio moral e deixar danos irreparáveis. Pode ainda, para se proteger, mascarar situações e levar apenas notícias boas para as reuniões de conselho. Tais situações impactam não apenas a produtividade, mas também tendem a acarretar sérios problemas à reputação e à responsabilidade social das empresas, comprometendo a sustentabilidade do próprio negócio.”, ilustra Bloch.
Por essa razão, a tendência é que a saúde mental e física dos dirigentes e demais colaboradores sejam incorporadas à análise de risco dos conselhos, por meio de ferramentas como pesquisas de clima e auditorias especializadas em saúde do trabalhador. Pressão alta, sobrepeso, colesterol alto, abuso de álcool ou cigarro, instabilidade emocional, depressão, síndrome do pânico, infartos… Todos devem ficar atentos a tais sintomas.
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