TURBINAR | 14.OUTUBRO.2020
Câncer: um problema mundial de saúde pública
O câncer é o principal problema de saúde pública no mundo e, na maioria dos países, está entre as quatro principais causas de morte prematura. Estima-se que 1 em cada 5 pessoas irão desenvolver algum tipo de câncer antes dos 75 anos.
A incidência e a mortalidade por câncer vêm aumentando em parte pelo crescimento e envelhecimento populacional, mas também está relacionado a fatores socioeconômicos, como hábitos e atitudes associados à urbanização (sedentarismo, alimentação inadequada, entre outros).
De acordo com o levantamento mais recente, em 2018, ocorreram 18 milhões de casos novos de câncer no mundo e 9,6 milhões de óbitos. No Brasil, a estimativa aponta 625 mil novos casos por ano, no triênio 2020-2022.
Custos do câncer no Brasil
Segundo pesquisa financiada pelo Tribunal de Contas da União, mais de 60% dos diagnósticos de câncer no Brasil são feitos no estágio avançado da doença. Nessa fase, os custos de tratamento podem ser 80% maiores que nos estágios iniciais, e com possibilidades de cura sensivelmente menores.
Dado que a maioria dos casos é detectada nos estágios avançados e as estratégias de prevenção do câncer ainda tem uma cobertura muito baixa, o número de pessoas que necessita de medicamentos e terapias tende a ser proporcionalmente elevado. Cerca de dois terços desses gastos assistenciais estão relacionados à quimioterapia e radioterapia.
Os custos também podem ser avaliados por meio da perda de produtividade em decorrência do adoecimento. Em 2012, o Brasil deixou de gerar quase US$ 4,6 bilhões em decorrência das perdas por câncer.
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Prevenção da doença
Aproximadamente um terço de todos os cânceres poderiam ser prevenidos. Isso porque, alguns tipos da doença estão associados a fatores de risco já bastante conhecidos, sendo possível intervir precocemente e reduzir despesas. As medidas preventivas podem ser de aplicabilidade mais direta, como a campanha de vacinação contra hepatite B (relacionada ao câncer de fígado) ou HPV (causador do câncer de colo uterino). Entretanto, estratégias amplas e de longo prazo, com múltiplas intervenções, são necessárias para outras doenças.
Somente o tabagismo é responsável por quase 25% das mortes por câncer no mundo. O uso abusivo de álcool se associa a mais de 10 tipos de neoplasia (multiplicação anormal de células), e é responsável por cerca de 5% das mortes.
Hábitos de vida, como sedentarismo, obesidade e dieta inadequada também foram relacionados a neoplasia, principalmente no cólon e nas mamas. Considerando a tendência de aumento desses (maus) hábitos, especialmente entre a população jovem, a expectativa é que o impacto desses fatores na formação de cânceres aumente.