SAÚDE | 14.FEVEREIRO.2023
Combate ao mosquito da dengue é reforçado em várias partes do Brasil
De acordo com levantamento da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, o ano de 2022 terminou com aumento de 162% nos casos de dengue. A pesquisa levou em consideração o mesmo período de 2021.
No ano passado a taxa de transmissão da doença foi de 679,9 casos a cada 100 mil habitantes. Foram confirmados também 1.473 quadros graves e 18.145 indivíduos com sinais de alarme, sendo que 630 dessas ocorrências permanecem em investigação.
Os cuidados com a dengue devem ser redobrados no verão
Estamos em um período crítico para a proliferação dos mosquitos da dengue: o verão brasileiro. Com a temporada de chuvas em boa parte do país, é preciso reforçar os cuidados.
O Instituto Butantan trabalha para disponibilizar uma vacina contra a doença. Porém, a forma mais eficaz de combater a infecção continua sendo eliminar os reservatórios de água parada. Esses focos servem de criadouro para as larvas do mosquito.
O que é a dengue?
A dengue é uma doença causada por um vírus da família Flaviviridae. Ele possui quatro sorotipos (DEN 1, 2, 3 e 4), sendo transmitido principalmente pelo mosquito Aedes aegypti.
No Brasil, a doença já foi identificada em todos os estados. O período do ano com maior transmissão da doença ocorre nos meses mais chuvosos de cada região (geralmente entre novembro e maio).
Quais os principais sintomas?
Uma das principais manifestações é a febre, que pode persistir por vários dias. Outros sintomas são as dores musculares, dor de cabeça ou atrás dos olhos, enjoo, vômitos e manchas que coçam pelo corpo. A médica infectologista Naiane Lomes explica:
“O quadro febril geralmente dura de 2 a 7 dias e não deixa sequelas. Deve ser dada atenção redobrada ao período entre o 3º e 5º dia da doença. Durante esse tempo podem surgir sinais de gravidades (pontos vermelhos na pele, sangramentos espontâneos de mucosa nasal e sinais como tontura, desmaios, sonolência e hipoatividade em crianças)”.
Além disso, a doença pode apresentar outros sintomas, como vômitos persistentes e dor abdominal. Estes casos, conhecidos como Febre Hemorrágica da Dengue, necessitam de avaliação médica imediata.
Grupos de risco
Crianças, adultos com mais de 60 anos, gestantes e portadores de comorbidades apresentam risco maior de evoluir para as formas mais graves da doença. Após o quadro febril agudo, o período de recuperação pode durar algumas semanas, com persistência de certos sintomas, como a redução do apetite e cansaço.
Como fazer o diagnóstico da doença?
A identificação dos sintomas são suficientes para levantar a suspeita e promover o tratamento adequado sem demora. Para a confirmação, a pesquisa do antígeno NS1, bem como a pesquisa de anticorpos contra a dengue podem ser utilizados conforme a fase da doença.
O que fazer em casos de suspeita de dengue?
A doença não tem medicação específica. Por isso, manter-se bem hidratado é o principal pilar do tratamento. A médica infectologista alerta:
“Anti-inflamatórios (como aspirina, ibuprofeno ou diclofenaco) devem ser evitados, pelo risco aumentado de desenvolver formas graves da doença. Líquidos (água, chás, sucos, sais de hidratação) devem ser ofertados frequentemente. A maior parte dos casos tem um curso benigno e não requer hospitalização”.
Como me proteger?
O principal ponto na redução de novos casos consiste no controle do mosquito transmissor. Recomenda-se a eliminação de locais que possam ter acúmulo de água e servir de criadouros para o mosquito, tais como reservatórios, piscinas não utilizadas, jarros e garrafas.
Medidas individuais também podem ser implementadas, principalmente em áreas com maior risco de exposição. Utilizar mosquiteiros sobre a cama e instalar telas nas portas e janelas podem ajudar na prevenção.
“Pode-se proteger as áreas que o mosquito possa picar, com o uso de calças e camisas de mangas compridas. O uso de repelentes nas partes expostas do corpo também é uma opção”, explica Naiane.
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