ALHEIOS À CRISE | 01.FEVEREIRO.2017

Planos odontológicos têm cenário animador para 2017

Enquanto os planos de saúde médico-hospitalares, principalmente os coletivos empresariais, tiveram uma retração forte, que só reduziu o ritmo no fim do ano, indicando um possível cenário de estabilização em 2017, os planos odontológicos apresentaram crescimento em 2016. Entre 2015 e 2016 houve alta de 3,7%, e de 2014 a 2016 foram 7,13% vínculos a mais, de acordo com dados do Instituto de Estudos da Saúde Suplementar (IESS).

A região Sudeste foi a que apresentou maior crescimento de contratação, com alta de 1,4%. Só em São Paulo, que hoje concentra 7,4 milhões de planos odontológicos, um terço dos beneficiários de todo País, foram 259,5 mil novos contratos firmados, uma alta de 3,6%. O Nordeste também teve resultados positivos no último ano, com 11,4 mil novos vínculos, que resultaram em um crescimento de 2,8%.

Sabemos que a retração do número de beneficiários nos planos médicos está relacionada com a crise econômica e o consequente desemprego, mas o que fez com que os planos odontológicos crescessem apesar da crise? O custo baixo? A maior preocupação com a saúde bucal?

Segundo o diretor comercial da It’sSeg Seguros Inteligentes, Márcio Tosi, são vários os fatores que ajudam a explicar o avanço dos planos odontológicos em meio a um cenário de retração, entre eles o baixo custo do benefício, quando comparado ao plano médico, a contratação, em sua maioria, no modelo de livre adesão, o que evita custos adicionais às empresas, o crescimento gradativo da consciência sobre a importância dos cuidados com a saúde bucal, a valorização dada ao benefício por parte dos colaboradores, que hoje já figura na relação dos cinco benefícios mais desejados, entre diversos pontos. Mas, para ele, a principal explicação está no espaço que esse tipo de serviço ainda tem para crescer no mercado.

“Se olharmos o total de usuários nos benefícios médico e odontológico, notamos que ainda há uma grande diferença no número de beneficiários entre os dois. Enquanto a penetração do primeiro na população beira os 25%, o segundo apresenta pouco mais de 10%. Ainda que o benefício odontológico, por diversas outras razões, não chegue a atingir o número total de beneficiários existentes no benefício médico, a enorme diferença entre os números representa um espaço importante de potencial de crescimento no mercado de saúde suplementar”, afirma Tosi.

Para 2017 as projeções são positivas. Apesar do cenário econômico ainda incerto, espera-se que o crescimento continue. Segundo projeção da FenaSaúde, 2,5% é a alta esperada para o número de beneficiários dos planos odontológicos.